Opinião: FASCÍNIO

Eduardo Ribeiro (de Formiga)

Opinião: FASCÍNIO
Eduardo Ribeiro de Carvalho é membro da Academia Formiguense de Letras




Debruçada no parapeito da janela da sala ela admirava a beleza da lua cheia, clareando de forma deslumbrante aquela noite fresca de início de primavera.

Era Joana, moça morena, que mal acabara de completar seus dezoito anos. A roupa simples, com tecido fino que usava, não atrapalhava em nada, aliás, sobressaía, a forma magnífica de seus atributos físicos, de rara beleza. Possuía cabelos lisos, volumosos, negros e longos, brilhantes. Seus lábios volumosos, eram acentuados pelo abundante batom vermelho que usava. O nariz arrebitado, de traço fino, era bem adequado ao seu rosto pueril. Tinha olhos esverdeados, chispantes. Corpo delgado, esguio, bem feito, seios pequenos, mas, salientes, mostrando uma latente sensualidade. Tudo isso, somados ao conjunto da obra, transformava Joana em uma mulher voluptuosa. Excitava o sexo oposto sem fazer nenhum esforço.  

Para melhor ver o astro brilhante, Joana esticava a parte superior de seu corpo para frente, equilibrando-se nas pontas dos pés, jogando esplendidamente para trás das costas, grande parte de seus lindos cabelos negros. Esta posição realçava ainda mais, as formas exuberantes de seu corpo. Suas nádegas, perfeitas, sobressaíam e fremiam sob o tecido macio de seu curto vestido, deixando generosamente à mostra uma boa parte de suas belas e torneadas coxas.

Nesse instante, chegando do trabalho e adentrando pela porta da sala de seu apartamento, ele deparou com aquela figura sensual de Joana à sua frente.

Era Baltazar, um jovem homem de aproximadamente vinte e cinco anos, bem afeiçoado, moreno, alto, olhos negros e cabelos pretos ondulados, quase crespos, corpo atlético, sem excesso de formas.

Joana não o viu chegar ou fingiu não ver, pois continuou na mesma posição em que se encontrava.

Baltazar permaneceu estático na porta, silencioso, somente admirando-a, procurando não despertar a sua atenção. Passados alguns momentos ele aproximou-se dela, colocando-se ao seu lado.

Dirigiu-se a ela com uma voz que soou amolentada e bem carinhosa

- Oi! Tudo bem?

Perguntou.

Joana respondeu com a mesma entonação de voz, dulcificando o olhar em sua direção.

- Oi! Tudo. A lua não está maravilhosa?

Perguntou também.

Baltazar esticou-se um pouco para frente para melhor visualizar o astro prateado. Com esse movimento o seu corpo encostou-se no de Joana.

- É ...é..., ela está realmente muito bonita, linda!

Gaguejou.

O calor do corpo de Joana causou-lhe imediatamente um prazer indescritível. Baltazar fez menção de se afastar, mas sua vontade foi fraca diante da força do desejo que lhe queimava o rosto e todo o seu ser, seu corpo fremia todo e ele se deixou ficar ali, encostadinho em Joana.

Joana por sua vez não rejeitou aquele contato físico e os dois permaneceram ali, deleitando-se um do outro, não se sabe quanto tempo, quietos e silenciosos, aparentando admirar a lua, contudo, esta, já tinha passado para um segundo plano.

Estavam atentos mesmo era um para com o outro, então, seus olhos se procuraram intensamente. Seus rostos foram se aproximando gradualmente como se atraídos por uma força invisível e irresistível, até que seus lábios se tocaram, a princípio suavemente, colaram-se fortemente, num longo e ardente beijo.

Naquele instante, Baltazar acabara de iniciar um ardente caso de amor com a empregada doméstica de sua residência.