Opinião: Imigrante de sonhos
Robledo Carlos de (Divinópolis)
Diagramador 2
Eu sou um sonho distante, de um tempo de outro que largou tudo, em busca de outras manhãs.
Ao olhar pra trás e ver suas montanhas para nunca mais, meu sol nas montanhas geladas e dos sons das corredeiras de Serquio.
Herdeiro de sonhos e infortúnios da distância que buscou para sonhos de outros.
E nessa vida, talvez tenha pensado com saudade de seu torrão, da volta em desistência da saudade que dilacerava seu peito. Eu nem sei dessa dor.
Eu sou um outro, desses muitos outros mais, mas me aquieto ao que nem vi, nem busco o tempo que passou nos sonhos que ele de certo sonhou, uma árvore de longe que veio pelo mar, nas correntes de destino certo, em busca de porto, na certeza de fazer um cais.
Sou dessa árvore, e sou desse cais de onde avisto parte das estrelas e a lua que um dia ele sonhou de lá, mas nesse atemporal sonho de fantasia, nesse espaço tamanho, nossos sonhos se encontram no céu de esplendor.
E quando bate em mim uma tristeza, lembro-me que eu sou um sonho, um sonho de outros, é preciso viver, é preciso sonhar e esse sonho não é só meu.
Ele ouve tambores.
Há ainda um tempo longo, longo.
