Alimento e memória afetiva

Johnatan Braz - Nutricionista

Alimento e memória afetiva
Johnatan Braz é Nutricionista




Chegou! O tão esperado Natal chegou. Natal é um momento de reunião, união. Juntar a família, os amigos e celebrar. A família pode ser de sangue, de amigos ou até mesmo você com seu pet. Tudo é família. Não importa a composição e o tamanho, mas, sim, o sentimento que envolve todos vocês. E no meio de todos estes encontros e abraços calorosos, temos o alimento como parte principal. A ceia de Natal é planejada minuciosamente pelos familiares. Elaboração do cardápio, compras, preparação, decoração e, finalmente, o momento de desfrutar tudo isso com quem mais amamos. É um processo mágico. As pessoas dão o seu melhor na preparação dos pratos para que tudo fique o mais gostoso possível. É uma entrega. Sou uma pessoa saudosista e, por isso, Natal me remete à várias lembranças da infância. Quando criança, a ceia era feita na casa do meu avô paterno, ali na Abílio Machado. Reunia todo mundo. Tinha todo aquele pré preparo dos alimentos logo pela manhã. Compra isso, aquilo, tempera esse daqui, vamos assar. Faz pão de queijo, colhe a manga lá na horta, pega a uva na parreira também. Coloca tudo em cima da mesa, que ficava na sala da casa. Pronto! Uma mesa enorme e abarrotada de coisas gostosas. E durante todo esse processo, eu olhava meu avô sentado no sofá assistindo TV ou só observando o movimento da casa, que antes era menos agitada. A preparação da ceia ficava por conta das minhas tias e tios, minha mãe e meu pai, enquanto que eu, minhas irmãs e primos ficávamos na horta brincando de algo ou atrapalhando o andamento dos preparativos na cozinha mesmo. Saudades dessa época. Enquanto escrevo, consigo não só sentir o cheiro do fogão a lenha que ficava na cozinha como também ouvir as gargalhadas das minhas tias. Enfim, alimento não só traz energia para o nosso corpo, como também prazer, satisfação e memória afetiva. Memória afetiva é bom. É saudável. Você é enviado para um lugar aconchegante. Quem nunca comeu uma sopa e lembrou de uma mãe ou avó? Pois bem, que possamos daqui para frente utilizar mais os alimentos como forma de nos aproximarmos de nós mesmos e não o contrário. Um excelente Natal para nós todos!

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