Crônica: As maritacas pra fora

Manoel Gandra (de Formiga/MG)

Crônica: As maritacas pra fora
Manoel Gandra é poeta e jornalista




Em uma noite de setembro de 2002, no salão de reuniões da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), aconteceu uma que foi, no mínimo, curiosa.

Era sexta-feira, todo mundo cansado..., e o então presidente da CDL, o empresário Olavo da Seletro, fazia uma preleção sobre a Feicomf (Feira da Indústria e do Comércio de Formiga), que aconteceria naquele final de semana na Praça do Terminal Rodoviário.

Como Olavo é uma pessoa muito inteligente, comerciante de sucesso, empresário de visão e um líder nato, os mais de 40 empresários que participavam do encontro não davam um pio. O empresário falava uma frase de efeito e só se via as cabeças balançando em sinal de concordância.

__Gente, vamos fazer da Feicomf um sucesso. Eu quero ver a cidade animada, é preciso entusiasmo!

E todo mundo:

__ Hum, hum...!

A palestra ia bem, o presidente começou a falar da parte operacional do evento:

__Vamos chegar cedo. Todo mundo vai chegando e montando as maritacas. Quem já vier com as maritacas armadas de casa, é chegar lá, colocar as maritacas na barraca e começar os trabalhos.

Na mesma hora, alguns donos de lojas que estavam no fundo começaram a olhar uns para os outros sem entenderem nada.

E Olavo continuando:

__Muito cuidado com as maritacas. Ninguém é responsável pela maritaca do outro e cada maritaca deve conter um bom número de produtos para que o cliente tenha facilidade de escolher... maritaca no lugar certo é sucesso nos negócios.

Foi aí que notaram que Olavo falava em maritaca querendo se referir às ARARAS, que são os suportes que as lojas especializadas em confecção utilizam para colocar cabides com roupas.

O pessoal do fundo quase morreu de rir. Tinha gente estufando a veia do pescoço e segurando para não atrapalhar.