O desconforto do trânsito

O desconforto do trânsito




A última grande mudança que houve no trânsito de Formiga foi durante a administração de Aluísio Veloso. Ele esteve à frente do Executivo entre 2005 e 2012 e já no primeiro momento em que assumiu o assento da cadeira mais importante da Rua Barão de Piumhi, ele deu início às tratativas necessárias para melhorar o tráfego, as zonas de estacionamento e o fluxo de veículos em pontos sensíveis no Centro e em diversos bairros.
Certa feita, até um engenheiro de trânsito foi contratado, porém, ele veio de experiências adquiridas em grandes municípios com uma bagagem de exemplos que não serviam para uma cidade mineira sesquicentenária, cheia de morros e de ruas que foram se formando, aproveitando rotas de carros de boi. Quando tal profissional quis aplicar seus conhecimentos, ele fez uma pesquisa sobre o número de veículos que cruzavam cada esquina a cada hora e a primeira medida, acredite quem quiser, seria desligar os semáforos, a cidade não precisaria deles.
Aluísio desistiu da conversa quando um amigo lhe alertou que ele seria responsabilizado já na primeira morte que existisse no cruzamento da Rua São Paulo com a Rua Ramiro Corrêa, no Bairro Bela Vista, local que só viu os acidentes se amenizarem quando houve a sinalização. “Se tirar o semáforo da Ponte da Charqueada, o acidente que não matar vai aleijar”, ouviu o então prefeito.  O jeito foi arrumar um profissional que fosse mais afeito à realidade do município, aí várias ruas passaram a ser de mão única, placas de estacionamento proibido foram distribuídas à vontade e o fluxo de trânsito no Centro foi invertido e, é claro, mais semáforos foram instalados.
Agora em 2025, o prefeito Coronel Laércio se depara com questões ainda mais graves. Conforme revelou “O Pergaminho” há cerca de dois meses, há em Formiga um número maior de veículos do que de eleitores. Ele está tomando medidas importantes, assumiu a responsabilidade do transporte público e implementou estacionamento pago e rotativo, só que há problemas que devem ser levantados.
Confiando na concessão assinada pela Prefeitura com a antiga empresa de lotação, alguns empresários e comerciantes criaram o hábito de comprar passagens adiantadas para seus funcionários que vinham com créditos em cartões. Pela lógica da concessão baseada em uma lei municipal, a empresa que sumiu os trabalhos deveria aceitar os cartões até que eles terminassem, o que não está acontecendo. Cada empresário que adquiriu as passaginhas está tendo de arcar com o prejuízo.
Um outro problema é com relação ao comércio. Formiga é polo regional e muita gente de fora vem à cidade fazer suas compras. A questão é que tudo é feito por um determinado aplicativo e quem vem de outros municípios não tem o que fazer, não há locais onde cartões de estacionamento possam ser adquiridos.
“Todo sábado, eu e minha família íamos para Formiga fazer nossas compras, a gente acabava almoçando por lá. Agora, o mais fácil está sendo ir para Arcos” comentou um conhecido prefeito da região.