Opinião: MÃES
AC de Paula (de São Paulo)

Mesmo que jamais tenham deixado a Terra, as mães são seres de outras galáxias, houve um tempo em que a maioria delas tinha como objetivo, sorte, ou sina, simplesmente serem mães, e isso, claro, por si só, já era muita coisa, afinal, além de rainhas do lar, elas eram chefes de cozinha, lavadeiras, passadeiras, faxineiras, governantas, cuidadoras, enfim, eram pau pra toda obra!
Acordavam para avisar o galo que já era hora de cantar anunciando um novo amanhecer, e só iam descansar quando a noite acendia as estrelas, e o último feixe de luz em casa se apagava, e não poucas vezes eram acordadas pelo choro de um filho com medo do escuro, ou simplesmente querendo um copo com água.
Então como vocês bem sabem, mãe era um ser onisciente e onipotente, era simplesmente mãe, Rainha do lar, dona dos afazeres, dos filhos, do cachorro, fazia bolos, crochê e agasalhos de lã. Tinham um GPS na memória, sabia de cor onde as coisas estavam guardadas, ou jogadas, encontravam tudo sem sair do lugar, só com um grito “Se eu for ai é achar..”.
A paciência era a de um monge budista, mas a fúria era de um furacão tropical, a pontaria era certeira, parece até que pilotavam uma sandália teleguiada que sempre achava o alvo. Mas o tempo passou e mudou o panorama do cenário, hoje temos as mães modernas, CEO do próprio destino, senhoras de suas vontades, talento e habilidades, comandam um escritório, praticam yoga no parque, malham na academia, respondem um e-mail enquanto preparam o leite do neném, às vezes no meio de uma reunião importante, lembram que deveriam ter levado o filho na aula de natação.
Tomam café sem açúcar porque são fitness, mas devoram brigadeiro na calada da noite porque ninguém é de ferro. Compram brinquedos educativos de madeira, mas dão celular pro filho pra poder trabalhar em paz.
Usam agenda digital, mas esquecem onde estacionaram o carro, correm 5km por questões de saúde, mas estacionam na vaga mais perto da entrada do mercado. Fazem terapia para se acalmar, mas gritam dentro do carro porque o trânsito não anda. Mãe de ontem, mãe de hoje, tão diferentes, tão iguais, seguem firmes, invencíveis, e como sempre, guerreiras.
Mães são diferentes na aparência, nas atividades, na condição social e financeira, na idade, na crença religiosa, mas uma coisa é certeza, de pote Tuppeware ou de bolsa Louis Vuitton, elas são iguais em amor e realeza.