Falta de frio esfria a economia

Informações divulgadas pela Organização Mundial de Meteorologia (WMO) em janeiro confirmaram o que já se antecipava em todo o planeta: 2024 foi o ano mais quente desde meados do século XIX. A temperatura média global atingiu 1,55°C acima dos níveis pré-industriais, superando o recorde anterior de 2023, que havia registrado um aumento de 1,45°C, segundo dados da WMO.
Foi a primeira vez que o aquecimento global ultrapassou a marca de 1,5°C durante um ano completo, de janeiro a dezembro — um marco preocupante para o clima da Terra.
E os recordes continuam sendo quebrados. De acordo com especialistas, janeiro de 2025 já entrou para a história como o mês mais quente já registrado, com temperaturas 1,75°C acima da média do final do século XIX.
— Gente, mas essa coluna é de economia! E o que o clima tem a ver com economia? — vão perguntar.
Tem muito a ver. Mas hoje eu vou me ater principalmente à notícia divulgada no Diário do Comércio no último domingo (27), de que o setor de vestuário vem enfrentando dificuldades neste início de outono, já que as baixas temperaturas, essenciais para o aumento das vendas, ainda não chegaram por aqui.
A reportagem leva em conta o cenário em Belo Horizonte ao afirmar que estoques de roupas de outono-inverno permanecem altos desde 2024, e os lojistas não renovaram as coleções deste ano.
Em Divinópolis, considerado um importante polo têxtil do Estado, a situação não é diferente. Lá, o presidente do Sindivest, Mauro Célio de Melo Júnior, aponta que as vendas para o inverno caíram 30%. Para ele, entre os fatores, está a falta de frio do ano passado, que fez com que os lojistas não comprassem novas coleções para 2025, resultando em um excesso de estoque.
O fato é que o inverno sempre foi um aliado estratégico para diversos setores da economia, impulsionando desde o comércio de roupas de frio até o consumo de energia elétrica. Por isso, quando as temperaturas caem menos do que o esperado, a economia esfria e o mercado sente os reflexos.