A cidade que querem os cidadãos

A Câmara Municipal de Formiga terá uma dura empreitada nos próximos dias: explicar aos eleitores e à sociedade como um todo as medidas que pretende tomar para adequar o seu funcionamento à realidade e à Constituição Federal. Na linha de frente, passar o número de cadeiras no plenário de dez para 15.
Entre 2010 e 2011, um movimento autointitulado “Formiga é dez” impediu que o Legislativo da cidade voltasse a ter 15 vereadores como tradicionalmente a cidade tinha. Votada em 2009, uma emenda constitucional de número 58 estabeleceu que cada município de 50 a 80 mil habitantes poderia ter até “15 vereadores”. Formiga, além de reduzir a representatividade das comunidades rurais, das minorias e da sociedade organizada, passou a ter uma Câmara Municipal com um número par de votantes, o certo seria um número ímpar para não haver empates em questões fundamentais. Uma coisa estranha que ninguém nunca entendeu.
Como não haverá aumento de gastos por parte do Município, já que o repasse dos cofres públicos para o funcionamento da Câmara Municipal será o mesmo, bem fazem os vereadores em tornar o Poder Legislativo mais pujante. Como a principal função de um vereador é o papel fiscalizador, a matemática é simples: mais vereador, mais fiscalização.
É claro que tudo deverá ser muito bem explicado, tudo tem de ficar às claras. Em 2013, uma garotada em formação ideológica acampou na porta de várias prefeituras do país protestando contra tudo e contra todos. Fizeram passeatas, gritaram palavras de ordem e desordem e depois ficaram se lamentando da tentativa de golpe acontecida em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023 sem se dar conta de que foram os que semearam as sementes que estiveram prestes a colher frutos inesperados.
Formiga deve apoiar a Câmara Municipal no que ela quer de adequação. Justificativa de ser contra, só se houvesse mais gastos; sem aumento nos repasses, não há porque ser contra.