Polícia Civil conclui inquérito de crime que teve corpo de mulher queimado em forno de cal

Aclis Fernandes Souza da Silva, de 29 anos, foi morta pelo ex-namorado de 26 e por uma adolescente de 17 anos

Polícia Civil conclui inquérito de crime que teve corpo de mulher queimado em forno de cal
Alçapão do forno pelo qual a vítima teria sido lançada




A Polícia Civil de Formiga concluiu o inquérito que investigava o assassinato de uma mulher de 29 anos que teve o seu corpo queimado em um forno de cal na comunidade rural de Comunheira, em Córrego Fundo, no dia 27 de julho. Aclis Fernandes Souza da Silva, natural do Pará, foi morta a facadas e pauladas pelo ex-namorado de 26 anos e por uma adolescente de 17 anos.
A delegada responsável pelo inquérito policial, Luciana Souza, o delegado Regional de Polícia Civil, Danilo César Basílio, e os investigadores envolvidos na apuração realizaram, na manhã desta sexta-feira, dia 1º, uma coletiva de imprensa para informar sobre a conclusão do inquérito.
Conforme informações da Polícia Civil, as investigações apontaram que a adolescente não tinha nenhum relacionamento com a vítima ou motivo para matá-la, porém, foi a menor quem entrou em contato com Aclis, no dia 26 de julho, marcando um programa sexual. Já o homem mantinha relações esporádicas com a menor e havia se relacionado por cerca de um ano com a vítima, que chegou a morar com ele em Córrego Fundo, mas na data do crime já morava com a mãe em Perdigão.
A mulher devia valores ao homem relacionados à compra de drogas. O rapaz também estaria com muita raiva de Aclis, que estava grávida e teria abortado a criança. “Porém, apuramos que ela não havia praticado o aborto. Ela disse isso com o intuito de proteger a criança”, explicou a delegada.

O crime
Aclis foi até o local marcado pela adolescente, onde foi ferida a golpes de faca e pauladas, sendo agredida pela menor, que ainda a teria enforcado, e pelo rapaz que filmou o crime.
Segundo a delegada, o corpo foi deixado no matagal onde o crime ocorreu até a madrugada e, posteriormente, foi arrastado até próximo a um forno de cal.
Ainda durante a madrugada, a menor pediu um copo d’água a um funcionário do forno para despistá-lo, momento em que o corpo de Aclis foi jogado pelo homem no forno de cal para acabar com qualquer vestígio do crime.

Identificação e punição
A estratégia não funcionou. De acordo com o delegado Danilo Basílio, a identificação dos suspeitos ocorreu devido às vestimentas usadas por eles e filmadas durante a prática do crime.
“Uma pochete e o tênis que o homem usava foram encontrados em processo de lavação e, após técnicas especiais, foi encontrado sangue no calçado. A polícia recuperou também um áudio em que o envolvido pede a uma pessoa ajuda na fuga em que ele admite o homicídio”, explicou.
A adolescente também foi reconhecida pelo funcionário a quem pediu água.
O inquérito foi concluído e remetido à Justiça na última sexta-feira (25/8), com o indiciamento do investigado pelo crime de feminicídio qualificado pela emboscada, tortura, impossibilidade de defesa da vítima, motivo torpe, corrupção de menores e ocultação de cadáver. Ele já possui registros policiais por roubo, associação criminosa, violência doméstica e corrupção de menores. Já a adolescente, conforme estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), está atualmente em uma unidade de internação provisória, sujeita a uma pena máxima de 3 anos.

Detalhes sobre o feminicídio foram relatados à imprensa na manhã desta sexta-feira