Gripe aviária chega a Minas e já reflete em Formiga
Doença não representa risco à saúde humana, mas pode levar à morte de aves e comprometer a produção agropecuária

A gripe aviária (H5N1), que teve o primeiro caso registrado no Brasil no dia 15 de maio em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, chegou a Minas Gerais e fez o Governo do Estado decretar, nessa terça-feira, dia 27, situação de emergência sanitária animal. A decisão ocorreu depois da confirmação de um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves ornamentais, criadas em um sítio de Mateus Leme.
A situação da gripe aviária já reflete em Formiga. No dia 20 de maio, a Prefeitura Municipal divulgou nota esclarecendo a população sobre um carregamento de ovos em uma empresa privada do setor avícola do município e que teve como origem a cidade gaúcha com foco da gripe aviária. A Prefeitura garantiu que não houve detecção do vírus da gripe nas dependências do incubatório em Formiga.
“A empresa informou que todos os protocolos de biosseguridade foram seguidos e que, preventivamente, os ovos férteis da unidade foram descartados de forma segura. Essa granja do Rio Grande do Sul onde foi detectado o vírus não pertence à empresa responsável pelo incubatório de Formiga, tratando-se apenas de um cliente atendido tecnicamente”, dizia a nota.
Conforme apurou “O Pergaminho”, uma grande empresa da área, que tem unidade em Formiga, promoveu reunião com seus funcionários e comunicou que os novos colaboradores e os que estão em treinamento seriam demitidos e os mais antigos estariam incluídos no sistema de banco de horas. Um empresário que trabalha com granja de frango na cidade, em sistema de parceria, confirmou que 2 milhões de pintinhos foram sacrificados em Formiga. Ele teme o reflexo na área porque, sem os pintinhos de engorda, várias empresas poderão ser fechadas e outras terem os trabalhos suspensos por até 90 dias.
A gripe aviária não representa risco à saúde humana, pois não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos. O vírus, no entanto, pode levar aves à morte e comprometer a produção agropecuária.
Minas Gerais é o segundo maior produtor de ovos do Brasil e ocupa a quinta posição na produção de galináceos.
Em Mateus Leme
Conforme noticiou o portal “g1”, as aves contaminadas com o vírus da gripe H5N1 tratam-se de dois gansos e uma espécie de cisne negro silvestre, mantidos em sítio e não em uma granja comercial. Segundo o Governo do Estado, nesse caso, o decreto de situação de emergência sanitária animal é necessário para que o estado realize todas as ações de enfrentamento à doença, incluindo mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros.
Ainda segundo o “g1”, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou que a doença foi analisada em um animal silvestre e que acompanha a situação no estado. “O caso registrado em Minas Gerais refere-se a uma ave silvestre. Esses registros demonstram que a doença está sendo introduzida por aves migratórias que sobrevoam o território brasileiro. Algumas dessas aves chegam contaminadas e acabam contribuindo para a disseminação do vírus”, informou.
Ovos descartados
Na semana passada, como medida preventiva contra a gripe aviária, o Governo de Minas anunciou o descarte de 450 toneladas de ovos férteis no Centro-Oeste do estado. Eles tinham sido enviados por uma granja de Montenegro. O rastreamento indicou que os ovos estavam destinados à produção de aves e não ao consumo humano.