Colheita amarga: desafios marcam o início da safra de café em Minas

Desde o ano passado, o café tem descido mais amargo na garganta dos brasileiros. Em 2024, a bebida, considerada uma das mais consumidas no país, virou um dos principais vilões da inflação nos alimentos. Neste ano, o preço do café nas prateleiras do varejo subiu impressionantes 46%, tornando-se um peso maior para o consumidor brasileiro. E, ao menos por enquanto, essa tendência de alta deve se manter.
Especialistas explicam que esse aumento resulta da combinação de vários fatores: condições climáticas adversas, quebras de safra em países produtores, aumento da demanda global e elevação dos custos de produção e logística.
E em Minas, pelo menos, não há prenúncio de bons ventos para quem não abre mão do bom e velho cafezinho.
A expectativa envolvendo a produção de café no Estado, é de queda de 7,1% frente à safra passada.
Dados do 2º Levantamento da Safra Brasileira de Café 2025, divulgado na primeira semana de maio pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), revelaram que a produção mineira deve alcançar 26,09 milhões de sacas de 60 quilos este ano.
Uma queda já era prevista por produtores e especialistas por conta da bienalidade negativa, aliada aos impactos climáticos, como o longo período de estiagem de abril e setembro, que comprometeu o desenvolvimento das lavouras.
Um outro ponto importante a se observar, é que a queda na colheita de café em Minas vai na contramão da produção nacional, que segundo a Conab, é estimada em 55,7 milhões de sacas. Ou seja, a safra total de café no País tende a um crescimento de 2,7% frente ao volume colhido na temporada passada. A alta é puxada pela recuperação da produtividade do café conilon.
Em Minas Gerais, estima-se que 25,6 milhões das 26,09 milhões estimadas, serão do café arábica. Já o conilon, deverá ter um volume de 443,7 mil sacas, 14,1% a mais que em 2024.