Crônica: Sandrinho Bolô

Manoel Gandra (de Formiga/MG)

Crônica: Sandrinho Bolô
Manoel Gandra é poeta e jornalista




Toda boa cidade tem os seus “Reis da Noite”. E Formiga tem dois da melhor qualidade: Itamar Silva e Sandrinho Figueiredo.

Provas de extremo bom gosto e de simpatia interminável, eles se uniram e fundaram o Carlito’s Bar. Lugar simples, mas aconchegante, que marcou época e, sem a menor sombra de dúvidas, foi o mais importante estabelecimento cultural da história de Formiga.

Toda sexta à tarde, era grande a expectativa pelo que estava por vir na noite do Carlito’s. Foram festas temáticas, apresentações de teatro e festivais de música.

Shows, nenhuma outra cidade do interior de Minas teve tantos e de tanta qualidade. Lá, apresentaram-se Toninho Horta, Paulinho Pedra Azul, Saulo Laranjeira, Maurício Tizumba, Celso Adolfo, Belchior, Marku Ribas, Oswaldo Montenegro, Tadeu Franco e muitos outros.

Certa vez, a melhor casa de shows da região teve um espetáculo muito curioso. Durante toda a semana houve a expectativa do anúncio da apresentação do sábado. Só na sexta é que foi revelado que, no outro dia, se apresentaria o “Sandrinho Bolô”.

Ninguém conhecia a atração, mas como o que aparecia era sempre de valor artístico inquestionável, todas as mesas foram vendidas e formaram-se filas na porta para assistir ao tal do “Sandrinho Bolô”.

Bar lotado, sobem ao palco conhecidos músicos formiguenses: Kaká, Joe Basílio, Remaclo Silva, Alemão e André Gouvêia. Eles anunciam que cada um cantaria uma música diferente.

Sem entender nada do que estava acontecendo, Gilson Vieira (o Gilson da Nova América) pergunta para Itamar o que estava acontecendo.

__É que não encontramos nenhum cantor disponível para vir a Formiga neste final de semana. Foi aí que o Sandrinho bolô este conjunto.

Logo a notícia tomou conta das mesas e a festa só terminou lá pelas tantas da madrugada.